Polifonias, verdadeiro trabalho de cineasta, deixou patente (a) obra de Giacometti através de processos evocativos de cantos e de textos lidos em "off". O realizador Pierre-Marie Goulet fez evoluir o documentário a partir de duas "ilhas", a Córsega, ilha verdadeira, e o Alentejo, ilha cultural, dando-nos os cantos populares de uma e de outra e juntando-as, no final, num convívio de cantores corsos e alentejanos. Houve, assim, polifonias de vozes e de cinema.
A qualidade da imagem de Polifonias é magnífica, o ritmo da montagem é lento, como convém a esta evocação de tempos medidos pelo arco do Sol no céus. (...) Os testemunhos de alentejanos que como ele (Michel Giacometti) conviveram foram de recordação de amizade, de amor comum pela música e de solidariedade. (...)
Eduardo Cintra Torres
Público - 5 Janeiro de 1998
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